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Saturday, October 20, 2012

História de Imaginações de Vitória


Parte do texto teatral, aqui adaptado, “Imaginações de Vitória”, um monólogo que eu escrevi em 1998, onde também atuei.


            Eu me chamo Vitória e sabe de uma coisa? Gostaria tanto de fazer alguma algo que eu acho importante para mim, quero que outras pessoas vejam, mas é para poder ajudar, sabe? Bem, de alguma forma ajudar levando alegria, descontração e fazer pessoas felizes!
            Então, um dia, andando pela rua sem ter nada para fazer, estava com a cabeça voltada para baixo, com milhões de idéias, pensamentos que passavam voando de um para outro em segundos, então num pequeno instante que levanto minha cabeça e olho para frente, então pude ver lá um pouco distante: luzes, muitas luzes, coloridas, piscavam freneticamente que até ofuscava meus olhos. Eu me senti maravilhada com tanta beleza que para mim era novidade, pois morava no interior, cidade bem pequena mesmo e nunca tinha visto nada além das ruas monótonas que lá existiam e penso que lá é assim até hoje, porque sempre ouvi dizer que o prefeito daquela cidade é corrupto, sei lá, o povo também às vezes fala demais, mas sabe, “onde há fumaça há fogo”. Então lá fui eu me dirigindo para aquelas luzes e chegando mais perto pude ver que era um circo. Oh maravilha! Aí então fui me aproximando e chegando cada instante um pouquinho mais e mais e sem falar com ninguém. Quando eu dei a volta para o outro lado, cheguei, cheguei. Que susto! De repente eu olhei para o lado e vi uma pequena porta e tinha um rapaz sentado num banquinho que estava assim no canto, eu me aproximei para perguntar que horas ia ter espetáculo e ele começou a dizer tanta coisa que ficamos conversando por mais de horas. Fiquei surpreendida mesmo, quando ele me falou que estavam precisando de uma moça para trabalhar no circo e que o meu jeito servia para aquele trabalho, se encaixava direitinho e me convidou para trabalhar lá, inclusive já quis me mostrar tudo do circo. Ai, eu nem sabia o que dizer. Depois de conversarmos muito aceitei, era tudo que eu podia desejar naquele momento. Tratamos dos detalhes e fiz minha roupa e tudo. Quando minha avó soube, que eu mesma falei para ela, buuuuum, o teto caiu! Disse-me ela:
            Minha filha você é moça de família, pessoa descente, gente honesta, onde já se viu trabalhar nisso, com essa gente! Minha avó era bastante preconceituosa e antiga de pensamentos. Então ela me disse: “Você não vai e pronto”. Eu, muito obediente, não fui.
            Bem, daquela vez só fiquei imaginando como seria meu trabalho no circo e como eu tinha feito a roupa, então vesti. Oh, e como ficou bem em meu corpo! Então pude me imaginar fazendo a cena toda como o rapaz tinha me falado que ia ser. Então lá vou eu voar com minhas idéias:
            Atenção, atenção respeitável publico, com vocês agora, a mais nova atração, linda, exuberante! Para vocês Vitória! Eu entrei naquele momento em meu picadeiro imaginário, dançando, cantando e sentido um frio na barriga que todo artista sente antes de entrar em cena.
            Cantei muito, dancei também, olhei na direção da platéia que voltava seus olhares todo só para mim, eu era o centro das atenções naquele momento. Picadeiro, palco de arena? Só sei que era tão maravilhosa a sensação! Depois que acabei minha performance me agachei, fixamente olhei em direção a platéia e disse:
            Se você tem uma vontade, faça dela o seu objetivo e se é aquilo que quer, corra atrás, lute! Mas lute com força, com coragem, com garra e lute com fé e consiga aquilo que você quiser. Lembre-se, aquilo que você quiser! Terminado meu desempenho percebi que foi mais uma oportunidade que eu perdi!

                                                                                                                             Dinizia Galvão 

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